quinta-feira, 28 de abril de 2011



Será

VIRAR A PÁGINA ...



Será que vou conseguir? será que quero mesmo? Afinal o que se passa comigo? Medo? Não! Insegurança? Sim, o desconhecido atrai-me, mas ao mesmo tempo assusta. Tanto tempo a tomar decisões na sombra, sempre de pantufas sem os sapatos de salto alto...


parece que não, mas abala um pouco a nossa confiança... Espero que seja como andar de bicicleta e rapidamente me lembre da postura e comece a pedalar, andar direita e a saborear o vento na cara e nos cabelos!!!


Entretanto, espero que todos os anjos estejam a olhar por mim, pois acho que bem vou precisar deles.





segunda-feira, 18 de abril de 2011

AS VERDADES D' LA PALISSE


- Alguém mais teimosa que uma mula? Só eu...


- Alguém com muito mau feitio? Que mata, esfola e ainda serve frito em azeite a ferver? Só eu...


- Alguém que é capaz de dar a volta a este mundo e ainda a outro só para fazer um amigo feliz? Eu...


- Alguém que tenta todos os truques e palhaçadas para ver um sorriso no rosto dos outros? Eu...


E isto tudo faz de mim o quê?


É simples a resposta: UMA PARVA !!!


Eu passo a traduzir:


Como pessoa - Sou tão teimosa, que nem vale a pena insistir, têm a mania que tem razão... (o pior é que 99% tenho mesmo).


Como mulher - Tenho tão mau feitio, que qualquer coisa que esteja mal é sempre para eu reclamar, pois acham sempre que tenho mais jeito... (porque será?)


Como amiga - Na hora das aflições, toda a gente sabe o número do meu telefone, desde a família que eu não gosto mesmo nada, até às pessoas que eu nem conheço, sabem o meu nome... e não é que os meus amigos cabem nos dedos de uma mão? e a minha família mesmo, raramente me trás dissabores??? e nem que seja uma flor que lhes ofereça, ou um telefonema para lhes dar uma beijoca ficam felizes!


Como mãe - Tem horas, quando faço as vontades sou Bestial, quando entendo que não devo fazer, sou uma Besta...


Então sou ou não sou uma PARVA??!!!

terça-feira, 5 de abril de 2011

CASA DA PEDRA VERSOS CASA DOS BICHOS




Ainda não consegui perceber o que melhor me define, se a minha vida dava um filme, se tenho mesmo que ir à bruxa, ou não tenho mesmo sorte nenhuma...

Ontem um dia de calor e eu a trabalhar no fresquinho do sofá toda entretida da vida, começo a ouvir, bzzzzzzzzz, isso mesmo, muitos bzzzzzzzzzzzzzzzzzz e poc! bzzzzzzzzzzz/poc, bzzzzzz/poc, tal não era a barulheira que fui espreitar à janela da sala... e aiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii deu-me uma coisinha má!




ABELHAS, montes de abelhas, um exame de abelhas e eu que faço??? (É muito triste ser-se da cidade... meninas criadas com mimos!!!) Toca a chamar a Isabel e a Didi, claro!!! Quem mais me safa nesta selva doida, cheia de animais doidos?! Cobras enormes a passear como se fossem donas do pedaço, ratos que fogem da gaiola e aparecem à noite à lareira depois de termos dado a volta à casa toda!!!, caturas que vão passear para a piscina pois aprendem a abrir a gaiola sozinhas, cães roubados e postos num galinheiro para ir para a caça, porcos que fogem e embirram com o meu portão e a Isabel, toda pequenina e airosa a ter que os afugentar e agora para o rol ficar mais pomposo abelhas que entram dentro de um pipo velho, onde costumo por o cesto das molas da roupa...




Só visto, porque contado, até parece mentira.




Para terminar, fiquei comovida, chamaram-me para ir a uma entrevista no Centro de Emprego, ao fim de 1 ano tinham encontrado um trabalho compatível com o meu currículum, éramos muitos, mas mesmo muitos subíamos 20 de hora a hora, tudo Doutores, Professores e Secretárias. O Mini-Preço na minha cidade mudou de gerência e abriram 10 vagas para: Talho, Peixaria e repositor de stocks. E nós fomos seleccionados, porque suponho que deva de ser um supermecado Gourmet com tanto dr por m2.




Eu não disse que isto era melhor que ir ao cinema??? O melhor disto tudo vai ser quando eu comer umas bolachas com mel... hummmmmmmmmmmmm

sexta-feira, 1 de abril de 2011

GERAÇÃO RASCA

Ainda alguém se lembra? Deu-me vontade de rir, quando ouvi a minha filha a dizer: - B'ora lá mãe, vão lá uns tipos fixes tocar!!!
Lembrei-me dos meus tempos de revolucionaria, de bandeira na mão, punho erguido, t'shirt, jeans e os meus "sanjo" brancos nos pés, o passe no bolso de trás das calsas e toca a apanhar a camioneta, sim porque os revolucionarios no meu tempo andavam mesmo de transportes públicos, que era um doce... (Carro? pai? mãe? nepia!!!). Graças aos rabinhos de uns meninos mal educados fomos apelidados de GERAÇÃO RASCA.


E agora? Aqui vai a lista de todos os nossos pecados. Será que ainda vamos a tempo de conseguir corrigir alguma coisa? ou o melhor mesmo é fechar os olhos e rezar a Deus com muita força, para que nos oriente e nos dê forças para deixar-mos de estar À RASCA com a porcaria que fizemos?

Geração à Rasca - A Nossa Culpa Um dia, isto tinha de acontecer. Existe uma geração à rasca? Existe mais do que uma! Certamente! Está à rasca a geração dos pais que educaram os seus meninos numa abastança caprichosa, protegendo-os de dificuldades e escondendo-lhes as agruras da vida.

Está à rasca a geração dos filhos que nunca foram ensinados a lidar com frustrações.

A ironia de tudo isto é que os jovens que agora se dizem (e também estão) à rasca são os que mais tiveram tudo.

Nunca nenhuma geração foi, como esta, tão privilegiada na sua infância e na sua adolescência. E nunca a sociedade exigiu tão pouco aos seus jovens como lhes tem sido exigido nos últimos anos.

Deslumbradas com a melhoria significativa das condições de vida, a geração actualmente entre os 30 e os 50 anos vingaram-se da forma em que foram criados, no antes ou no após 1974, e quiseram dar aos seus filhos o melhor.

Ansiosos por sublimar as suas próprias frustrações, os pais investiram nos seus descendentes: proporcionaram-lhes os estudos que fazem deles a geração mais qualificada de sempre (já lá vamos...), mas também lhes deram uma vida desafogada, mimos e mordomias, entradas nos locais de diversão, cartas de condução e 1º automóvel, depósitos de combustível cheios, dinheiro no bolso para que nada lhes faltasse.

Mesmo quando as expectativas de primeiro emprego saíram goradas, a família continuou presente, a garantir aos filhos cama, mesa e roupa lavada.

Durante anos, acreditaram estes pais e estas mães estar a fazer o melhor; o dinheiro ia chegando para comprar (quase) tudo, quantas vezes em substituição de princípios e de uma educação para a qual não havia tempo, já que ele era todo para o trabalho, garante do ordenado com que se compra (quase) tudo. E éramos (quase) todos felizes.

Depois, veio a crise, o aumento do custo de vida, o desemprego,... A vaquinha emagreceu, feneceu, secou.

Foi então que os pais ficaram à rasca.

Os pais à rasca não vão a um concerto, mas os seus rebentos enchem Pavilhões Atlânticos e festivais de música e bares e discotecas onde não se entra à borla nem se consome fiado.

Os pais à rasca deixaram de ir ao restaurante, para poderem continuar a pagar restaurante aos filhos, num país onde uma festa de aniversário de adolescente que se preza é no restaurante e vedada a pais.

São pais que contam os cêntimos para pagar à rasca as contas da água e da luz e do resto, e que abdicam dos seus pequenos prazeres para que os filhos não prescindam da internet de banda larga a alta velocidade, nem dos phones ou pads, sempre de última geração.

São estes pais mesmo à rasca, que já não aguentam, que começam a ter de dizer "não". É um "não" que nunca ensinaram os filhos a ouvir, e que por isso eles não suportam, nem compreendem, porque eles têm direitos, porque eles têm necessidades, porque eles têm expectativas, porque lhes disseram que eles são muito bons e eles querem, e querem, querem o que já ninguém lhes pode dar!

A sociedade colhe assim hoje os frutos do que semeou durante pelo menos duas décadas.

Eis agora uma geração de pais impotentes e frustrados.

Eis agora uma geração jovem altamente qualificada, que andou muito por escolas e universidades mas que estudou pouco e que aprendeu e sabe na proporção do que estudou.

Uma geração que colecciona diplomas com que o país lhes alimenta o ego insuflado, mas que são uma ilusão, pois correspondem a pouco conhecimento teórico e a duvidosa capacidade operacional.

Eis uma geração que vai a toda a parte, mas que não sabe estar em sítio nenhum. Uma geração que tem acesso a informação sem que isso signifique que é informada; uma geração dotada de trôpegas competências de leitura e interpretação da realidade em que se insere.

Eis uma geração habituada a comunicar por abreviaturas e frustrada por não poder abreviar do mesmo modo o caminho para o sucesso.

Uma geração que deseja saltar as etapas da ascensão social à mesma velocidade que queimou etapas de crescimento.

Uma geração que distingue mal a diferença entre emprego e trabalho, ambicionando mais aquele do que este, num tempo em que nem um nem outro abundam.

Eis uma geração que, de repente, se apercebeu que não manda no mundo como mandou nos pais e que agora quer ditar regras à sociedade como as foi ditando à escola, alarvemente e sem maneiras.

Eis uma geração tão habituada ao muito e ao supérfluo que o pouco não lhe chega e o acessório se lhe tornou indispensável.

Eis uma geração consumista, insaciável e completamente desorientada.

Eis uma geração preparadinha para ser arrastada, para servir de montada a quem é exímio na arte de cavalgar demagogicamente sobre o desespero alheio.

Há talento e cultura e capacidade e competência e solidariedade e inteligência nesta geração?

Claro que há. Conheço uns bons e valentes punhados de exemplos!

Os jovens que detêm estas capacidades-características não encaixam no retrato colectivo, pouco se identificam com os seus contemporâneos, e nem são esses que se queixam assim (embora estejam à rasca, como todos nós).

Chego a ter a impressão de que, se alguns jovens mais inflamados pudessem, atirariam ao tapete os seus contemporâneos que trabalham bem, os que são empreendedores, os que conseguem bons resultados académicos, porque, que inveja, que chatice, são betinhos, cromos que só estorvam os outros (como se viu no último Prós e Contras) e, oh, injustiça, já estão a ser capazes de abarbatar bons ordenados e a subir na vida.

E nós, os mais velhos, estaremos em vias de ser caçados à entrada dos nossos locais de trabalho, para deixarmos livres os invejados lugares a que alguns acham ter direito e que pelos vistos - e a acreditar no que ultimamente ouvimos de algumas almas - ocupamos injusta, imerecida e indevidamente?!!!

Novos e velhos, todos estamos à rasca.

Apesar do tom deste meu desabafo, o que eu tenho mesmo é pena destes jovens.

Tudo o que atrás escrevi serve apenas para demonstrar a minha firme convicção de que a culpa não é deles.

A culpa de tudo isto é nossa, que não soubemos formar nem educar, nem fazer melhor, mas é uma culpa que morre solteira, porque é de todos, e a sociedade não consegue, não quer, não pode assumi-la.

Curiosamente, não é desta culpa maior que os jovens agora nos acusam. Haverá mais triste prova do nosso falhanço?

Pode ser que tudo isto não passe de alarmismo, de um exagero meu, de uma generalização injusta.

Pode ser que nada/ninguém seja assim.